Vladimir Klichko, antigo campeão mundial de pesos pesados, visitou o talk show do jornalista Markus Lanz no canal ZDF, onde falou sobre a invasão russa da Ucrânia.
"Não, não estou pronto para morrer pelo meu país. Estou pronto para viver pelo meu país". Isto, segundo o pugilista, é "mais difícil do que morrer". Atualmente, na Ucrânia, "não há confiança de que se possa continuar vivo ou saudável".
Klitschko não só estava "pronto" para ir para a frente, como já lá tinha estado para "criar uma impressão". Segundo ele, todos os ucranianos com menos de 60 anos devem estar preparados para o facto de, a dada altura, terem de combater.
A diferença em relação aos soldados russos, segundo Klitschko, reside na sua "mentalidade de escravos e na atitude em relação a eles, na forma como são mobilizados e como são depois abandonados.
Os ucranianos que lutam, "na sua maioria, são pessoas que foram voluntariamente para a frente". "Mentalmente, é um quadro completamente diferente quando "uma pessoa livre se defende a si própria e à sua casa, à sua família, à sua cidade e ao seu país", e não "quando é obrigada a fazê-lo, como no caso do lado russo".
"Queremos viver para o país", por isso, contra um inimigo numericamente superior, os ucranianos estão a procurar formas de "alcançar um maior progresso com a ajuda de armas inteligentes".
De acordo com o pugilista, "nem toda a gente deve ou é obrigada a estar na frente", porque tem de haver "apoio na retaguarda", fornecimento de equipamento e tecnologia. No entanto, "quase todos os ucranianos" aprendem a manusear armas ou a prestar primeiros socorros.
De acordo com Klitschko, a propaganda russa nos territórios ocupados levou a que "irmãos e irmãs lutassem uns contra os outros", ou seja, como resultado, "as pessoas estão em guerra consigo próprias", o que foi "muito claramente pensado e planeado pelo lado russo".
As crianças nos territórios ocupados foram informadas de que "a Ucrânia não devia existir, que isto é um erro da história. Somos um só povo". Klitschko não concorda com isto, porque "a Rússia não é a Ucrânia". "A Ucrânia tem as suas próprias fronteiras, a sua própria língua e as suas próprias aspirações à democracia", afirmou Klitschko Jr.